“Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida.” Tiago 1:5
Foi uma viagem e tanto para a belíssima Rainha de Sabá (tratada também como Balquis ou Abissínia). Imagine sair do Iêmen, país situado ao extremo sul da Arábia Saudita, junto ao Mar Vermelho, (a Etiópia moderna) para uma viagem de aproximadamente 2.000 Km, com uma comitiva que tinha 800 animais, durante seis meses.
Ela queria ver de perto aquilo que era espalhado pelo mundo da época: Salomão, o homem mais sábio da terra.
Os riscos da viagem e o valor dos presentes valeriam a pena para sua busca por sabedoria. E, até mesmo, se ausentar ou se desprender de sua obrigação de rainha por causa de sua sede de conhecimento, nesta jornada espetacular por volta do ano 985 aC.
Ao chegar em Jerusalém com sua numerosa comitiva e uma imensa caravana de camelos carregados de especiarias, grande quantidade de ouro e pedras preciosas, foi ao encontro de Salomão, e o pôs à prova com perguntas difíceis a respeito de tudo que tinha em mente (1 Reis 10:1-2).
O Rei Salomão respondeu sem dificuldades todas as perguntas que a Rainha fizera. Afinal, quando foi constituído rei, Deus lhe apareceu e lhe disse: “Peça o que quiser, e eu lhe darei”. E ele respondeu: “Dá-me sabedoria e conhecimento para que eu os lidere bem, pois quem é capaz de governar este teu grande povo?”
Então, o Senhor lhe disse: “… certamente lhe darei a sabedoria e o conhecimento que pediu. Também lhe darei riqueza, bens e fama como nenhum rei teve nem jamais terá” (2 Crônicas 1:7-12).
Mas, esta era só a primeira parte do deslumbramento da exótica Rainha de Sabá. A melhor parte ainda estava por vir…
Quando ela “viu o palácio que ele havia construído, a comida que era servida às mesas do rei, os alojamentos e a organização de seus oficiais e servos, os trajes esplêndidos que vestiam, os copeiros da corte e os holocaustos que Salomão oferecia no templo do Senhor”. Ela ficou tão admirada que ficou sem ar… e disse à Salomão: “É verdade tudo que ouvi em meu país a respeito de suas realizações e de sua sabedoria! Não acreditava no que diziam até que cheguei aqui e vi com os próprios olhos. Aliás, não tinham me contado nem a metade…” (1 Reis 10:4-7).
Apesar de rica e poderosa, ela chega a desejar ser uma serva do rei Salomão ao dizer: “Como deve ser feliz o seu povo! Que privilégio para seus oficiais estarem em sua presença todos os dias, ouvindo sua sabedoria!”
Ela era pagã e não cria no que havia ouvido falar sobre a grandiosidade do verdadeiro Deus, expressa nas virtudes de Salomão. Mas, quando contempla Suas maravilhas se rende em louvores dizendo: “Louvado seja o Senhor, seu Deus, que se agradou de você e o colocou no trono de Israel. Por causa do amor eterno do Senhor por Israel, ele o fez rei para governar com justiça e retidão” (1 Reis 10:8-9).
E, traduz sua admiração desinteressada em generosidade, presentando o Rei: “… com 4.200 quilos de ouro, especiarias em grande quantidade e pedras preciosas. Nunca mais foram recebidas tantas especiarias quanto as que a rainha de Sabá deu ao rei Salomão.”
“Além disso, os navios de Hirão trouxeram ouro de Ofir (tido como o mais precioso do mundo) e grandes carregamentos de madeira de sândalo e pedras preciosas…”, que foram usados por Salomão no templo. (1 Reis 10:10-12)
Ela recebeu muitos presentes ofertados por Salomão, e regressou com sua comitiva para sua terra.
Esta história é simplesmente encantadora e eu fico deslumbrado com ela.
Embora haja poucas informações sobre a Rainha de Sabá, a sua ousada jornada em busca da sabedoria mereceu, quase mil anos depois, os elogios do Salvador: “A rainha de Sabá se levantará contra esta geração no dia do juízo e a condenará, pois veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão; e vocês têm à sua frente alguém maior que Salomão!” (Lucas 11:31)
Eu conheço muitos artistas, pessoas talentosíssimas, pessoas muito bonitas, pessoas cheias de inteligência e brilho. Outro dia, eu estava ouvindo o concerto de uma cantora e a sua voz era incrível, dispensava instrumentos para acompanhá-la. Em dado momento, eu fiquei tão preso à música que ela cantava, tão deslumbrado, que fiquei sem respirar… Incrível!
Fico pensando no que o Senhor espera das pessoas que ele criou com tantas qualidades…
Eu sonho com o dia em que as pessoas usem todos seus talentos na arte, cultura e ciência para a glória do Senhor.
Eu sonho com programações de louvor e adoração com os cristãos usando todas as suas capacidades na música, arte, dramaturgia, ginástica, dança e ciência de forma tão magnífica e harmoniosa que atrairiam as pessoas por ouvir falar. E, quando elas viessem e assistissem, se renderiam em louvor a grandiosidade do Criador manifestada em seus filhos. E, no final, elas diriam: “eu não acreditava no que diziam, até ver com os meus próprios olhos. Na realidade, não me contaram nem a metade…”
Deus quer o seu melhor, não economize!
Em busca da sabedoria, a Rainha de Sabá encontrou mais do que esperava…
– Jonas de Souza Netto